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Quais os riscos de não operar um LCA rompido?

O rompimento do ligamento cruzado anterior (LCA) é uma das lesões mais comuns em esportes de contato e atividades que envolvem movimentos bruscos de mudança de direção. 

Quando o LCA se rompe, o joelho perde parte de sua estabilidade, o que pode afetar significativamente a função da articulação e limitar a capacidade de realizar atividades diárias ou esportivas. Muitos pacientes me perguntam sobre os riscos de não operar um LCA rompido, e essa decisão precisa ser tomada com muito cuidado.

A decisão de operar ou não um LCA rompido depende de vários fatores, como o nível de atividade do paciente, a gravidade da lesão e a presença de sintomas de instabilidade no joelho. 

Pacientes que desejam retornar a atividades físicas intensas geralmente se beneficiam da cirurgia, enquanto indivíduos menos ativos podem optar por um tratamento conservador. No entanto, é essencial entender os potenciais riscos de não operar um LCA rompido, mesmo para aqueles que não são atletas.

Se você está enfrentando essa decisão, continue lendo para entender os possíveis desdobramentos.

Instabilidade no joelho e função comprometida

Um dos principais riscos de não operar um LCA rompido é a instabilidade contínua no joelho. O LCA é responsável por limitar a rotação e o deslocamento anterior da tíbia em relação ao fêmur. 

Quando o LCA está rompido, o joelho pode se tornar instável, especialmente durante movimentos que envolvem mudança de direção, saltos e corridas. Mesmo em atividades cotidianas, como caminhar em terrenos irregulares ou subir escadas, o joelho pode “falhar”, levando a quedas ou torções.

Essa instabilidade pode afetar diretamente a qualidade de vida, limitando a participação em atividades físicas e até mesmo dificultando movimentos simples do dia a dia. Pacientes que optam por não operar o LCA rompido frequentemente relatam episódios de falseio no joelho, onde sentem que a articulação “sai do lugar”. 

Isso pode gerar insegurança ao realizar atividades e, em alguns casos, desencorajar a prática de exercícios, o que pode levar ao sedentarismo e seus problemas associados.

Um estudo publicado no Journal of Orthopaedic Research mostrou que 80% dos pacientes que não realizam a cirurgia do LCA relatam episódios recorrentes de instabilidade no joelho. Essa instabilidade aumenta o risco de novas lesões, como rompimento de outros ligamentos e danos à cartilagem, o que pode agravar o quadro.

Desgaste da cartilagem e osteoartrite

Outro dos riscos de não operar um LCA rompido é o desenvolvimento precoce de osteoartrite no joelho. Com a instabilidade prolongada, o joelho fica mais suscetível a movimentos anormais e a distribuição desigual de peso e pressão na articulação. 

Isso acelera o desgaste da cartilagem, resultando em uma condição degenerativa conhecida como osteoartrite.

A osteoartrite provoca dor, rigidez e limitação de movimento no joelho, afetando seriamente a qualidade de vida. Pacientes que não operam o LCA rompido podem começar a sentir os primeiros sinais de desgaste articular em poucos anos após a lesão. Quanto mais instável o joelho, maior o risco de desenvolver essa condição.

Pacientes que não operam um LCA rompido têm uma probabilidade significativamente maior de desenvolver osteoartrite em comparação com aqueles que optam pela cirurgia. 

Um estudo publicado no American Journal of Sports Medicine mostrou que 50% dos pacientes com LCA não tratado cirurgicamente apresentam sinais de osteoartrite dentro de 10 a 15 anos após a lesão. Isso ocorre porque a instabilidade crônica no joelho cria um ambiente de desgaste acelerado da articulação.

Além disso, a osteoartrite pode tornar futuras intervenções cirúrgicas mais complicadas. Se o desgaste da cartilagem for severo, as opções de tratamento podem se limitar a procedimentos mais invasivos, como a substituição total do joelho (artroplastia). Portanto, tratar o LCA rompido precocemente pode prevenir complicações articulares no futuro.

Danos secundários a outras estruturas do joelho

A instabilidade causada por um LCA rompido também aumenta o risco de danos secundários a outras estruturas do joelho, como meniscos e outros ligamentos. 

O joelho é uma articulação complexa, e a função adequada de cada estrutura depende da estabilidade da articulação como um todo. Quando o LCA não é reparado, o joelho fica mais vulnerável a lesões subsequentes, principalmente dos meniscos, que atuam como amortecedores entre os ossos.

Os meniscos são responsáveis por absorver impactos e distribuir a carga uniformemente na articulação do joelho. Com a instabilidade causada pelo LCA rompido, os meniscos podem sofrer lesões repetitivas, resultando em rupturas que agravam o desgaste articular. 

Lesões meniscais não tratadas podem levar a uma deterioração ainda mais rápida da articulação e aumentar o risco de desenvolver osteoartrite.

Além disso, o rompimento de outros ligamentos, como o ligamento cruzado posterior (LCP) ou os ligamentos colaterais, pode ocorrer como consequência da instabilidade crônica. Cada episódio de falseio ou torção aumenta a probabilidade de novas lesões, o que pode resultar em um joelho cada vez mais instável e difícil de tratar.

Um estudo publicado no The Lancet demonstrou que pacientes com LCA rompido que não optaram pela cirurgia tiveram uma taxa significativamente maior de lesões meniscais e outros danos ligamentares em comparação com aqueles que foram submetidos à reconstrução do LCA. Isso reforça a importância de estabilizar o joelho o mais cedo possível para evitar danos adicionais.

Recuperação e a qualidade de vida

A decisão de não operar um LCA rompido pode impactar negativamente a qualidade de vida a longo prazo. A recuperação de uma lesão de LCA não tratada cirurgicamente pode ser mais lenta, e a reabilitação pode não fornecer os mesmos resultados de estabilidade e função que a cirurgia oferece. 

Muitos pacientes que não passam pela cirurgia enfrentam limitações funcionais permanentes, como dificuldade em correr, pular ou realizar atividades físicas intensas.

Além disso, a dor e a instabilidade crônicas podem ter um impacto psicológico significativo. Pacientes que convivem com a instabilidade no joelho muitas vezes desenvolvem medo de realizar determinadas atividades, o que pode levar ao isolamento social e à redução da autoestima. 

Em alguns casos, a falta de tratamento adequado pode desencadear sintomas depressivos, especialmente em indivíduos que antes da lesão eram fisicamente ativos.

Por outro lado, a cirurgia do LCA, seguida de um programa de reabilitação adequado, pode oferecer uma recuperação funcional completa para muitos pacientes. Estudos mostram que mais de 85% dos pacientes que passam pela cirurgia de reconstrução do LCA conseguem retornar às atividades físicas e esportivas com níveis de função semelhantes aos de antes da lesão.

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Não negligencie a saúde do seu joelho

Os riscos de não operar um LCA rompido incluem instabilidade crônica, desgaste acelerado da cartilagem, desenvolvimento de osteoartrite e lesões secundárias em outras estruturas do joelho. 

Embora o tratamento conservador possa ser uma opção viável para alguns pacientes, é importante considerar as consequências a longo prazo da instabilidade não tratada.

Se você está lidando com um LCA rompido e deseja entender melhor as opções de tratamento, agende uma consulta comigo em São Paulo. Vamos discutir o melhor caminho para garantir a estabilidade do seu joelho e melhorar sua qualidade de vida.